Sejam bem vindos ao Especial de Hallowheen 2017!!
Hoje resolvi trazer pra vocês algo bem diferente fazendo a análise de um episódio que faz várias referências a Harry Potter, e como Halloween no Brasil é o Dia das Bruxas, resolvi fazer um gancho aqui e trazer esse texto e esse vídeo um pouco diferente pra vocês no Halloween, que para os Whovians é chamado de Wholloween. Caso esteja com preguiça de ler e queira pular o texto e ir direto para o vídeo, é só ir até o final da página e dar o play! 😉
Além de fazer várias referências a Harry Potter, The Shakespeare Code, ou em português O Código Shakespeare, também vemos referências ao famoso escritor Dylan Thomas, com uma citação dele no episódio, e Thomas foi fortemente influenciado por Shakespeare em suas escritas, a filmes de 1900 e bolinha e à cultura pop, além de inúmeras referências ao próprio Shakespeare.
Esse não é o primeiro nem o último episódio que vemos falar sobre Shakespeare em Doctor Who, mas esse foi escrito pelo fã do escritor e também Whovian, Gareth Roberts, a pedido de Russel T. Davies que queria algum episódio sobre William Shakespeare.
É o segundo episódio da terceira temporada da série atual, foi ao ar em 7 de abril de 2007 às 7 da noite e estima-se que cerca de 7,2 milhões de pessoas assistiram ao episódio. Cara, é tanto 7 que quase engasguei aqui hahaha
Aqui eu vou colocar uma teoria minha tá?! Quem é fã de Harry Potter sabe que J.K. Rowling ama o número 7, e talvez essas datas e horário de lançamento do episódio pode ter sido mais uma homenagem da produção da série à escritora, já que o episódio foi lançado alguns meses antes do lançamento do sétimo livro, Harry Potter e As Relíquias da Morte.
Apesar da produção da série ter controlado os gastos para a produção desse episódio, teve tanto gasto com esse episódio, que tiveram que reaproveitar algumas locações depois, para compensar tanto custo. Um exemplo é a casa das 3 bruxas, que foi reutilizada depois como um porão no spin-off da Sarah Jane.
Doctor Who teve o privilégio de ser a primeira equipe de produção a poder entrar no Globe Theatre pra poder gravar, porém a equipe de produção só poderia fazer as filmagens no teatro durante a noite, o que acarretou em algumas mudanças no roteiro, além de outros probleminhas contratuais, que fizeram com que o episódio quase não saísse, mas ainda bem que deu tudo certo! 😊
E já que só podiam gravar a noite, vocês acham mesmo que iriam levar tantos figurinistas para encher o teatro daquele jeito? Mas é claro que não hahah eram só algumas pessoas para fazer os takes das filmagens, o resto é tudo obra da equipe de efeitos visuais, que multiplicou como num passe de mágica todas aquelas pessoas. Mas é claro que temos um caminhão de gente envolvida na produção desse episódio para fazer com que tudo desse certo e fosse fantástico!
Uma curiosidade bem interessante, é que algumas pessoas da equipe de produção, ou não, como no caso do arquiteto do Globe Theatre, Peter Street por exemplo, “emprestaram” seus nomes para alguns personagens do episódio. Legal né?!
Mas bem, chega de falar dos bastidores, e vamos ao resumo do episódio e às referências que vemos nele. E preciso fazer um alerta bem importante aqui, principalmente pra quem ainda não viu o episódio: Se não quer spoiler, não continue lendo a partir desse ponto. Por favor, só continue se já assistiu o episódio ou se não liga de levar spoiler, porque pra explicar algumas coisas sobre o episódio, inevitavelmente vocês vão levar spoiler se não tiver assistido ainda. Então se vocês continuarem é por conta e risco de vocês e depois não venham me dizer que eu não avisei, beleza?! 😉
Então vamos lá galera.
Nesse episódio, o Doutor leva sua nova companion Martha Jones para a sua primeira viagem na TARDIS, e resolve leva-la para a Inglaterra Elisabetana de 1599. O episódio começa com uma serenata de Wiggins para Lilith, e ela percebendo o interesse do rapaz por ela, o convida para entrar em sua casa. Ele fica espantado com os artefatos horripilantes que Lilith tem na sua casa, mas a situação só piora para o pobre rapaz quando os dois se beijam e ao afastar-se ela se transforma e apresenta as suas duas mães a ele (Dedo do Destino – Doomfinger, e Maré de Sangue – Bloodtide), que o atacam e o matam. E aqui nós já temos nossa primeira referência no episódio, porque as 3 bruxas na verdade são de uma peça de Shakespeare, Macbeth, e usando como inspiração também A Midsummer Night’s Dream – Sonho de uma Noite de Verão. Logo que o Doctor e a Martha chegam à antiga Londres, Martha faz uma referência à história de Ray Bradbury A Sound of Thunder – O Som do Trovão, que foi publicada originalmente em 1952 e depois virou um filme em 2005, onde um personagem pisa numa borboleta no passado e muda todo o futuro.
O Doutor começa a mostrar a Londres de 1599 para Martha quando lembra do Globe Theatre, recém reformado e com o homem em pessoa nele. No caso, esse homem em pessoa seria William Shakespeare. Eles assistem a uma peça dele que estava sendo apresentada, e quando termina Martha incita o público a chamar o autor, que aparece para encerrar a apresentação. Não sei se é verdade, mas alguns dizem que aquele jeitão dele falar, com os xingamentos e chutes, tem a ver com Noel Gallagher, guitarrista, vocalista e compositor da minha querida banda Oasis. Mas ao anunciar que a peça Love’s Labour’s Won – O Amor é Um Esforço Vencedor seria uma sequência da peça que acabou de ser apresentada e que na noite seguinte o público poderia conhece-la, o Doctor percebe que tem alguma coisa errada e que eles teriam que ficar um pouco mais do que o previsto na Londres de 1599, porque essa é uma peça perdida de William Shakespeare.
Eles vão atrás de Shakespeare na estalagem, que num primeiro momento expulsa os dois de lá, mas ao ver Martha Jones, se encanta por sua beleza e os convida para ficar. O Doctor até tenta usar seu papel psíquico com Shakespeare para explicar quem são eles, mas não funciona porque ele é um gênio e trabalha com as palavras. E ao dizer que Martha vem de Freedonia – Liberdadonia nós vemos outra referência, dessa vez, ao filme de 1933 Duck Soup – Diabo a Quatro, pois este é um país fictício no filme.
Logo em seguida, Lilith mata Lynley afogado no meio da rua porque ele queria impedir a apresentação da peça na noite seguinte. O Doutor logo percebe que se trata de feitiçaria e confessa isso a Martha, mas pede para que ela não conte isso a ninguém porque isso poderia assustar a população que vivia numa época em que isso poderia fazer com que todos entrassem em pânico, que era a Idade das Trevas. A partir daí, o fascínio de Shakespeare por Martha se estende ao Doutor também, que muito esperto acaba percebendo isso, mas aparentemente não liga muito não, sendo um pouco evasivo em suas respostas.
Quando os dois estão no quarto sozinhos, Martha pergunta se tudo isso seria mágica tipo Harry Potter, no que o Doutor responde “Ah, espere até ler o livro 7, eu chorei”, que como eu disse no começo, ainda não tinha sido lançado. Mas é aqui que temos nossa primeira referência ao famoso bruxinho.
Nessa cena, nós temos o primeiro avanço de Martha contra o Doutor com conotação sexual, tentando demostrar seu interesse por ele. Mas além dele não demonstrar nenhum interesse, ainda menciona a Rose, o que acaba quebrando todo o clima que ela queria criar entre os dois.
No meio da noite os dois escutam um grito e saem correndo para ver o que é, e enquanto o Doutor diagnostica a morte de Dolly, Martha vê uma bruxa voando pela janela, que nada mais era do Lilith fugindo do local, pois ela matou Dolly com sua bruxaria e enfeitiçou Shakespeare para escrever as coordenadas para abrir o portal para as outras bruxas virem para nosso mundo. E como Dolly a pegou no ato, ela acabou matando-a para não abrir a boca a ninguém sobre o que tinha visto.
Mas o Doutor ficou muito intrigado com isso e começou a pensar mais sobre tudo o que estava acontecendo e foi onde começou a desvendar todo o mistério. Quando os três estão no Globe Theatre tentando entender tudo isso, o Doutor percebe que tudo é em volta do 14: 14 lados, 14 linhas em um soneto, 14 linhas, 14 facetas. E é onde eles resolvem ir conversar com o arquiteto do teatro Peter Streete. Como Lilith havia feito ele enlouquecer, percebeu quando o Doutor começa a conversar com ele através de hipnose de Time Lord devido a sua conexão mental, e envia Dedo do Destino para acabar com a investida do Doutor. Mas o tiro sai pela culatra, porque o Doctor finalmente se dá conta de com quem eles estão lidando: com as Carrionites. E como elas utilizam o poder das palavras em tudo, ao nomeá-la ela volta para sua casa. De volta à estalagem, Doctor, Martha e Shakespeare conversam sobre elas e sobre como interromper o plano delas de invasão da Terra. E o Doctor decide que Shakespeare deve parar a peça, mas é interrompido por magia das mães de Lilith que estavam com a bonequinha vodu que elas utilizavam para manipular Shakespeare, e enquanto isso, o Doutor e a Martha vão até a casa delas tentar pará-las de alguma forma também.
Ao chegar lá, Martha questiona sobre o fim da humanidade em 1599, que isso não seria possível porque se fosse o contrário ela nem mesmo existiria. E o Doctor utiliza o filme De Volta Para o Futuro para explicar o que acontece caso o mundo realmente acabasse aquela noite. Eles já estavam sendo esperados por Lilith, e Martha tenta nomeá-la também mas não dá certo, porque Lilith diz que só funciona uma vez. E ela acaba nomeando Martha Jones, que apenas cai no sono porque está fora de seu tempo. Ela tenta nomear o Doutor também, mas ele não tem nome, então ela tenta utilizar o nome Rose contra ele, mas ele afirma que esse nome faz com que ele continue lutando. Ao revelar seus planos de fazer a Terra perecer com a invasão do restante de suas irmãs bruxas, ele se aproxima dela para dizer que ela terá que passar por ele primeiro. Quando ela começa a acariciar seu rosto e seu cabelo, na verdade, tudo o que ela quer é um pouquinho do cabelo do Doctor, para poder utilizar em sua boneca vodu e espetá-lo no coração também. Para ele, isso não passa de um Módulo Replicador de DNA. De qualquer forma, funciona com ele também. O que Lilith não esperava é que ele é um Time Lord, e possui dois corações. Sendo assim, ele não pode morrer através de sua magia.
Martha o ajuda a recobrar a consciência a recuperar o funcionamento do coração que havia parado e correm para o teatro. Obviamente o Doutor fica bravo com Shakespeare por não ter parado a peça, mas eles têm um objetivo maior que é impedir a invasão das Carrionites na Terra e a destruição do planeta e da humanidade.
Eles chegam ao palco e Lilith não se importa pelo fato de o Doutor continuar vivo, para que ele assista a glória das Carrionites. Grande erro dela. Ele ajuda Shakespeare a impedir a invasão delas, dizendo que ele é um grande gênio e que só ele pode impedi-las com suas palavras que têm poder. Shakespeare então começa a recitar a reversão para o feitiço delas e elas percebem que estão em apuros. O mais cômico é quando Shakespeare não sabe o que dizer para finalizar a reversão e olha para o Doutor, que olha Martha e diz: Expelliarmus! O Doutor replica e Shakespeare finaliza com chave de ouro a reversão dizendo também Expelliarmus!
Nisso o Doutor diz: “A boa e velha J.K.”, fazendo aqui a última referência a Harry Potter.
No finalzinho do episódio, o Doctor aparece com um crânio cenográfico na mão enquanto Shakespeare flerta com Martha no palco, dizendo que aquilo se parece com um Sycorax. Bem, além de serem os vilões do especial de natal de 2005, são também um personagem não visto na peça The Tempest – A Tempestade, de William Shakespeare. E as referências ao autor vão acabando aqui nessa cena, quando são avisados de que a Rainha Elizabeth Primeira está chegando para conversar com Shakespeare pela sua última apresentação. O Doctor fica impressionado já que em sua linha temporal é a primeira vez que ele vê a rainha, mas na linha temporal da rainha, ele é um inimigo jurado de morte. Sem entender muito o que está acontecendo, o Doctor e a Martha saem correndo para a TARDIS, e o Doctor diz que é nisso que dá viajar no tempo, mas mesmo assim ele gostaria de saber porque é algo a se pesquisar.
Bom gente, eu espero que vocês tenham gostado desse texto e desse vídeo diferente que eu trouxe pra vocês. Claro que tive que deixar muita coisa de fora aqui, mas uma dica, não apenas assistam o episódio, mas pesquisem sobre ele, e sobre Shakespeare também, vocês vão se surpreender com o que vão descobrir e aprender. É sério!! Até mesmo pra vocês poderem entender essas referências feitas ao próprio Shakespeare.
Por hoje é só! Mas logo logo tem mais!!
Allons-y, e até a nossa próxima viagem pelo tempo e espaço!!
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